Ela escolheu seu cd preferido e pôs para tocar. Pulou todas as músicas que pudessem lhe dizer alguma coisa, tudo o que ela queria naquele momento era esvaziar a cabeça. Pobre menina, ainda não aprendeu que cabeças não são esvaziadas sob pressão.
Ela deixou com que a música tomasse conta e começou a dançar. Quando deu por si, estava dando voltas pelo quarto, completamente envolvida pelo ritmo da música, desejando de todo o coração que estivesse nos braços dele.
A música terminou e o encanto se desfez quando ela abriu os olhos e viu que estava só. As lágrimas corriam pelos olhos, bochechas, queixo... nem suas mãos foram capazes de freá-las. Ela olhou pela janela com esperança de vê-lo parado no portão de casa, deu-se início a uma batalha covarde entre a razão e a emoção. Elas lutam, a emoção cai. Ela preferiu deitar-se, fechar os olhos e esperar o sono chegar. Rezou para que não sonhasse com ele.
Mais uma vez, pobre menina, ainda não aprendeu que no mundo real isso não costuma funcionar.
